O trabalho dele é tomar conta de
quem não está nas aulas: pode ser de alunos que estão no intervalo, pode
ser de alunos que estão fora da aula, pode ser de alunos que estão a almoçar… Ele
toma conta como quem cuida. Educa enquanto fala com todos, enquanto lhe puxam
alegremente o casaco, enquanto lhe saltam para cima, enquanto lhe pedem bolas,
enquanto grita a uns e dá ordens a outros.
É assim o Quico: atento mas a
saber dar espaço, cuidadoso mas a saber deixar correr riscos, brincalhão mas a
saber mostrar os limites, imprevisível mas com amor às regras. Tem a voz forte
como a sua barba já grisalha. E tem a garra de quem faz uma coisa de que gosta.
Conhece os alunos, sabe-lhes as manhas todas,
porque já foram suas também. Não é autoritário, mas transmite autoridade; sabe
chamar a atenção sem se dar demasiada importância; sabe corrigir sem sermões
desmedidos; sabe falhar e reconhecer que falhou; sabe
jogar futebol e rugby. E sabe rir. Até de si próprio.
Educa-me a mim. E a todos. Sem qualquer pretensão de estar a
educar.
Teresa Vaz Guedes
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