7 de dezembro de 2015

Uma educação... mais completa!, por José Feitor

Antes de ser pai achava que o facto de ser professor me iria ajudar a educar os meus filhos de forma mais completa. Nada de mais errado. Cada ano que passa sinto mais o peso dos erros que cometo ou dos acontecimentos que me passam completamente ao lado.

Este fim de semana foi o Bazar de Natal no Colégio dos meus filhos. Um dia cheio de concertos, teatros, compras de Natal… E conversas com alguns professores que se iam cruzando comigo nos corredores. Ficou-me na memória o encontro com a Professora Isabel que, não sendo professora de nenhum dos meus filhos, os conhece perfeitamente. Começou por me contar um episódio que envolvia a Ana C. e o David.

Como professora de Português e Teatro, contou-me uma história que lhe tinha acontecido durante a semana. Não me recordo bem da história, mas o que me ficou foi a maneira como imitou os dois: o modo de falar, os gestos, a posição das mãos, a expressão da cara… Enquanto olhava estava, literalmente a tomar consciência dos gestos que eles fazem, reproduzidos por uma professora que não está diariamente com eles. Que maravilha, pensei. Ter a possibilidade de ter os meus filhos num local onde os educam com este olhar atento, até ao capilar, ao mais pequeno pormenor, por um adulto do Colégio que o que faz é estar presente e ver cada um como um todo.

Confesso que eu nunca tinha reparado na maioria dos pormenores  e, agora, estou mais atento e vejo-os com efeito amplificado.


Como pai, tomar consciência que os meus filhos são assim olhados deixa-me tranquilo e com a certeza de que, assim ensinados, serão adultos mais completos. Como professor, peço para estar mais atento a cada pormenor, afim de conhecer cada um dos meus alunos como um todo e ajudá-los com o mesmo olhar que aquela professora me descreveu.

José Feitor

Sem comentários:

Enviar um comentário