Há um ano que abracei o projeto
de ser professor numa pequena escola situada em pleno Chiado. Fiquei apreensivo
com o facto de ser apenas uma turma com os quatro anos de escolaridade na mesma
sala. Mas quando fui visitar a escola pela primeira vez, todas as dúvidas se
desvaneceram. Ao admirar a vista absolutamente deslumbrante que a escola tem
sobre Lisboa e sobre o rio pensei logo que ali seria o local perfeito para
ensinar. Era, na verdadeira acepção da palavra, uma janela aberta para o mundo.
Sempre acreditei que a educação vive
da experiência, do que nos rodeia, daquilo que os nossos olhos e a nossa razão
abarcam. E o nosso horizonte visual é praticamente infinito!

Ao ver os alunos com os olhos postos
em cada quadro, percebi que tínhamos tomado a decisão correta ao propor aquela
visita. Em cada olhar, um novo pormenor era descoberto, uma característica era
evidenciada. E a proposta de reprodução de uma das obras foi verdadeiramente
uma surpresa. Cada aluno olhou para o quadro e tentou evidenciar na sua folha o
traço do artista, o pormenor que mais o tinha chamado à atenção. Se não fossem
uns pequenos chuviscos, tinha sido complicado “arrancar” os alunos de perto do
quadro.
Cada vez mais tenho uma certeza:
as paredes da escola são o Mundo! Tudo o que existe à nossa volta é local de
conhecimento!
João Coelho
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